Por Que Psicologia e Parapsicologia?

A Psicologia nos oferece ferramentas poderosas para entender comportamentos, emoções, pensamentos e relações humanas. Ela é fundamental para promover a saúde mental e o bem-estar, ajudando-nos a enfrentar os desafios cotidianos e a alcançar nosso potencial pleno. A Parapsicologia, por outro lado, abre portas para explorar dimensões desconhecidas e experiências que muitas vezes são deixadas de lado pela ciência convencional. Ela nos convida a questionar, investigar e expandir os limites do nosso conhecimento sobre a consciência e a realidade.
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sexta-feira, 23 de agosto de 2024

Sou Psicopata e Quero Que a Sociedade Entenda e Acolha Meu Transtorno

 


Um comercial de TV dos anos 1990 trouxe um dos primeiros sinais de que a advogada americana Jamie L. — que usa o pseudônimo M. E. Thomas — poderia ter algum transtorno de personalidade.

"Na infância, aos 8 ou 9 anos, estava assistindo televisão com meu pai quando vi uma propaganda sobre uma campanha de arrecadação de fundos contra a fome na África. As imagens mostravam uma criança muito magra. Na cena seguinte, uma mosca pousava nos olhos dessa criança, que não esboçava nenhuma reação", descreve ela.

"Eu comentei: 'Nossa, mas que criança burra… Ela não consegue nem afastar uma mosca dos próprios olhos?'"

O pai de Thomas, claro, estranhou a reação da filha e questionou se ela não tinha empatia.

"Eu não sabia o que essa palavra significava. Ao entender o que era empatia, percebi que talvez não tivesse mesmo esse sentimento", relata ela.

Thomas compartilhou essa história durante uma roda de conversa promovida no dia 12 de agosto pela Psycopathy Is ("Psicopatia É", em tradução livre), uma associação criada por pesquisadores nos Estados Unidos para fomentar estudos sobre esse transtorno psiquiátrico.

O grupo — o primeiro e único no mundo focado neste tema — também oferece suporte a famílias com casos de psicopatia e realiza campanhas de conscientização sobre o transtorno.

Dias depois da palestra, Thomas aceitou o convite para conversar com a BBC News Brasil, onde compartilhou alguns outros episódios que vivenciou nas últimas décadas e sua trajetória antes e depois do diagnóstico.

Violência despercebida

Antes de entrar nos detalhes da entrevista, vale fazer uma breve explicação técnica.

Atualmente, os manuais de psiquiatria não usam mais os termos sociopatia ou psicopatia — algo que gera muita controvérsia e intermináveis debates entre especialistas da área.

Essas duas condições, psicopatia e sociopatia, estão de alguma maneira englobadas no chamado "transtorno de personalidade antissocial" — embora existam testes que avaliem especificamente traços de psicopatia.

A Associação Americana de Psiquiatria classifica a condição como "uma das doenças mentais mais incompreendidas, com pouco diagnóstico e tratamento".

Ela faz parte de um grupo maior de enfermidades que afetam a personalidade, que também inclui condições como o borderline, o narcisismo, o transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), a paranoia, entre outros.

Como é possível notar em vários trechos da entrevista, Thomas mesmo utiliza todos os termos — sociopatia, psicopatia e transtorno de personalidade antissocial — para descrever sua condição.

Ela começa contando sobre um episódio que viveu na transição entre a infância e a adolescência.

"Quando tinha uns 12 anos, o pai de uma amiga veio falar comigo. Ele me disse que a filha dele me adorava e prezava pela nossa amizade, mas gostaria que eu parasse de bater nela", relata Thomas.

"Eu fiquei muito surpresa, porque nunca havia percebido que fazia aquilo."

A advogada também lembra de alguns episódios da infância e da adolescência em que ela invadiu a casa de pessoas próximas.

"A ideia era apenas fazer uma brincadeira, como mudar algumas coisas de lugar para deixar os moradores confusos. Eu acreditava que isso seria engraçado, mas hoje percebo que se tratava de uma enorme invasão de privacidade."

Nos tempos de escola, Thomas também passou por episódios de agitação — como quando arremessava livros ou dicionários em colegas durante uma aula particularmente tediosa.

"Também brincávamos de um futebol americano sem nenhuma regra. Eu pegava alguns colegas e dava socos e mais socos neles."

Ainda na adolescência, Thomas diz ter feito apostas com uma amiga para ver quem conseguiria beijar um garoto que ambas gostavam. O problema é que ela já sabia de antemão que o menino estava afim dela.

"Eu não levei em consideração os sentimentos da minha amiga, fui apenas oportunista. Na hora, só pensava nos vinte dólares que iria ganhar", diz.

"Por outro lado, sempre fui muito bem nas aulas e tirava boas notas. Então os professores não sabiam muito bem como lidar comigo."

Thomas entende que sempre sentiu uma certa "insensibilidade, uma falta de consciência sobre o que acontecia" ao seu redor.

No entanto, isso não era algo que chamava sua atenção durante a infância e a adolescência.

"Eu não me considerava diferente dos demais. Talvez suspeitasse que apenas fosse mais esperta", afirma.

"Além disso, minha família é numerosa, somos mórmons e todos temos aptidões musicais. Então, de certa maneira, já éramos uma família um tanto esquisita", observa ela.

Será que você é sociopata?

Thomas confessa que sempre notou uma "dificuldade em ser colocada em determinadas situações", quando precisava fazer uma espécie de atuação para mascarar aquilo que realmente sentia.

"Também sempre foi muito difícil me engajar em qualquer coisa, a menos que aquilo me trouxesse um benefício direto."

Uma das atividades que se encaixou nesse requisito da recompensa foi a faculdade de Direito, onde Thomas formou-se advogada.

Foi nos tempos de universidade que ela ouviu a primeira sugestão de que poderia sofrer com algum transtorno de personalidade.

No segundo ano de curso, em meados de 2004, ela fez um estágio num órgão governamental e dividiu o escritório com outra mulher.

"Não havia muito o que fazer, então conversávamos bastante. E comecei a notar que essa colega tinha várias vulnerabilidades, que eu poderia usar para manipulá-la", lembra.

"Ela falava abertamente comigo e contou que foi abandonada pelos pais e adotada por outra família, era homossexual e ao mesmo tempo super religiosa."

Com o passar do tempo, Thomas ficou muito interessada pela colega — e ela própria começou a se abrir mais e a contar detalhes pessoais.

"Senti que essa colega de estágio não representava qualquer tipo de ameaça para mim. Ela era praticamente um passarinho ferido", compara.

"Hoje, sei que na verdade ela não era assim, e essa avaliação vinha de meu preconceito psicopata", pondera a advogada.

Depois de algumas semanas de bate-papo, essa colega de trabalho fez uma pergunta decisiva para a vida de Thomas: "Ela me disse: 'Você já considerou a possibilidade de ser uma sociopata?'"

A palavra não despertou nenhuma emoção específica na estudante de Direito.

"Como sou mórmon, não havia visto nenhum dos filmes mais famosos e violentos que abordam esses transtornos, como Psicopata Americano", relata ela.

Thomas resolveu então buscar na internet o significado do termo e encontrou algumas informações — entre elas, uma lista de 20 sintomas elaborada pelo psicólogo canadense Robert D. Hare, que até hoje é considerada uma das principais ferramentas para fazer o diagnóstico da psicopatia.

Entre os sinais listados pelo especialista, estão charme, senso grandioso de autoestima, necessidade de estímulos constantes, propensão ao tédio, mentiras frequentes, facilidade de manipular os demais, falta de remorso, ausência de empatia, impulsividade...

"Cheguei à conclusão que essas características me descreviam muito bem", conta Thomas.

"Mas à época não dei muito valor a isso. Achei que essas informações eram apenas uma curiosidade qualquer, como descobrir que você tem algum grau de parentesco com uma antiga rainha da França", brinca ela.

Ao redor de 2008, já formada e com a experiência de trabalhar num escritório de advocacia prestigiado, Thomas começou a ver que sua vida colapsava.

"A empresa passou a insinuar que não havia futuro para mim ali. Uma amiga muito próxima descobriu que o pai estava com câncer e eu decidi que precisava me afastar, porque ela estava com muitas demandas emocionais."

"Também enfrentei uma série de problemas em relacionamentos amorosos e com a minha família."

Nessa época, Thomas notou que a vida dela era marcada por ciclos de cerca de três anos. Depois desse tempo, tudo o que ela construía — em termos de relacionamentos pessoais, amorosos e profissionais — virava ruína.

"Era como se eu apertasse um botão 'dane-se' e não conseguisse mais cumprir um papel", raciocina ela.

"Eu não me sentia bem com isso, mas sempre chegava nesse ponto de não gostar mais do trabalho, de cansar de fingir que era uma boa amiga... Eu precisava parar tudo, porque não me sentia mais interessada, como se aquelas coisas não valessem mais a pena."

Nesses momentos de baixa, Thomas se sentia desgastada por precisar manter uma certa "máscara de normalidade" diante dos outros, quando sentia justamente o contrário.

"Foi aí que pensei: será que isso acontece comigo porque sou sociopata?"

Entre o blog e o livro, um diagnóstico

Nesse mar de incertezas, Thomas decidiu resgatar um hábito da infância e da adolescência: escrever em um diário.

Só que dessa vez, ela resolveu fazer isso no mundo digital. Para isso, criou o blog Sociopath World ("Mundo Sociopata", em tradução livre).

"Como usava pseudônimo e nunca me identifiquei, muita gente sempre achou que eu fosse um homem. Ninguém pensava que uma mulher estava por trás do blog", observa.

Após compartilhar textos na internet por cerca de um ano e meio, a advogada recebeu uma mensagem de uma agente literária, que a convidou para escrever um livro sobre o tema.

A ideia foi materializada em 2013, com a publicação de Confessions of a Sociopath: A Life Spent Hiding in Plain Sight ("Confissões de uma sociopata: Uma vida escondida à vista de todos", em tradução livre).

No entanto, antes de iniciar esse projeto, Thomas sentiu a necessidade de confirmar que de fato era acometida por um transtorno — até então, ela tinha fortes suspeitas, mas nunca havia passado pela avaliação de um profissional de saúde.

"Nesse momento, em meados de 2010, já havia me recuperado e trabalhava como professora de Direito. Se há algo bom de ser psicopata, é essa capacidade de voltar ao auge rapidamente."

Um psicólogo pediu que ela fizesse uma série de testes cognitivos. Após a consulta, a conclusão estava clara: Thomas tinha mesmo um transtorno de personalidade.

Ela avalia que receber o diagnóstico "oficial" não representou nenhum significado especial na vida dela.

"Sabe quando você já suspeita de algo? Para mim, o diagnóstico foi parecido ao caso das mulheres que de certa maneira sentem que estão grávidas e só fazem um teste para confirmar aquilo que já tinham conhecimento", compara ela.

"Mas, por outro lado, eu até tinha esperanças de que poderia ser diagnosticada com qualquer outra doença, porque assim as coisas seriam muito mais fáceis para mim."

"Se os profissionais de saúde tivessem detectado um câncer no meu cérebro, por exemplo, seria responsabilidade deles cortar o tumor dali."

"Agora, o transtorno de personalidade é um trabalho com o qual eu mesma precisarei lidar pelo resto da minha vida", complementa ela.

No entanto, mesmo com o diagnóstico em mãos, Thomas não iniciou o tratamento logo de cara.

"Aqui nos Estados Unidos, os seguros de saúde só aceitam pagar por terapias que são consideradas efetivas pelas associações da área. E, estranhamente, não existem tratamentos que se encaixam nesse critério para o transtorno de personalidade antissocial."

"Muitos especialistas também não se sentem à vontade para lidar com pacientes que tenham sociopatia ou psicopatia", acrescenta.

Os preços de assumir abertamente a psicopatia

Após o lançamento do livro em 2013, Thomas participou de algumas entrevistas na televisão — e algumas pessoas a reconheceram.

"Um dos alunos do curso de Direito escreveu à administração da faculdade para dizer que se sentia ameaçado pelo fato de ter uma professora sociopata", diz.

"A equipe de segurança da universidade me mandou um e-mail para informar que eu não poderia mais ir ao campus."

"Eu respondi que aquilo era um ato grosseiro de discriminação e que me solidarizava com o fato de o aluno se sentir ameaçado, mas nunca fiz nada diretamente contra ele", afirma.

"Além disso, eu não tinha, e não tenho, nenhum histórico criminal ou de violência depois de adulta. Achei absurdo alguém manifestar um incômodo pela minha simples existência."

Segundo Thomas, a direção dobrou a aposta. "Eles me informaram que, além de ser demitida e banida, eu estava proibida de transitar num raio de um quilômetro do campus ou de qualquer pessoa relacionada com a faculdade."

"Sofri muito preconceito e ninguém parecia ligar", lamenta ela.

"As pessoas me trataram muito mal e desenvolvi uma espécie de transtorno pós-traumático. Durante a noite, eu acordava de súbito, com crises de ansiedade", conta.

Nessa mesma época, um irmão da advogada que sempre teve problemas de saúde mental começou a fazer sessões com um psicoterapeuta.

"Ele fez o tratamento por cerca de dez meses e parecia uma outra pessoa. Ele tinha uma série de problemas e rapidamente se tornou um adulto funcional e competente."

A advogada resolveu seguir o exemplo do familiar e começou a fazer sessões com o mesmo terapeuta.

"Por questões relacionadas ao plano de saúde, ele definiu logo de cara que iria tratar o meu transtorno de personalidade, mas não chegou a especificar o tipo."

Uma das primeiras metas traçadas nas consultas foi lidar com o "vício" em manipular as pessoas.

"Eu não sabia como manter um relacionamento com alguém sem fazer isso", admite Thomas.

"O terapeuta me chamava a atenção para determinadas situações e me sugeria maneiras de fazer pequenos ajustes na forma como interagia com os outros", detalha ela.

A advogada admite que passou a sentir-se bem melhor conforme o tratamento evoluiu.

"Não foram apenas os relacionamentos que melhoraram, mas a minha própria experiência neles evoluiu. Esse contato com os outros se tornou mais relevante, mais real, e comecei a me importar mais com as pessoas", diz ela.

"Antes, eu via as interações sociais como algo semelhante a ir para academia. Era algo que eu precisava fazer, mas não necessariamente gostava. Hoje em dia, os relacionamentos são super recompensadores para mim."

Em 2017, Thomas iniciou um novo projeto: conhecer e conversar com outros indivíduos com suspeita ou diagnóstico de transtorno de personalidade antissocial.

"A primeira pessoa que visitei foi na Tasmânia, na Austrália. A mais recente foi em Amsterdã, na Holanda, em abril deste ano", informa ela.

Segundo a advogada, geralmente esses contatos têm dois propósitos principais.

"Primeiro, há um grupo de pessoas que suspeitam ter sociopatia ou psicopatia. Elas me descobrem pelo blog ou pelo livro e se identificam com o que conto."

"A segunda categoria engloba os indivíduos que precisam de ajuda. Eles estão num período de dificuldade e não sabem o que fazer para mudar."


Um futuro sem estigmas e preconceitos

Apesar de entender a importância de falar abertamente sobre a psicopatia e o transtorno de personalidade antissocial, Thomas se ressente do preconceito que precisa enfrentar.

"Muitas pessoas me tratam mal em nome de uma pretensa intenção de se proteger de mim", destaca ela.

Talvez o estigma mais forte seja aquele que relaciona psicopatia com violência e atos criminosos.

A associação Psycopathy Is admite que "a psicopatia aumenta o risco de comportamentos agressivos e antissociais".

"No entanto, muitas pessoas com psicopatia não são violentas. E muitas pessoas que são violentas não são psicopatas."

"Cada indivíduo com psicopatia possui diferentes atributos e desafios — e a forma como crianças ou adultos com psicopatia se saem na escola, no trabalho ou em ambientes sociais varia bastante", pontua a entidade.

Para Thomas, que segue trabalhando com advocacia, esses estigmas relacionados à psicopatia vêm em parte da própria ciência, "por meio de pesquisas que fazem extrapolações e estão longe de representar a diversidade de pacientes com o transtorno".

"Existem muitos fatores que podem causar a violência, e a psicopatia é apenas uma delas. O mesmo vale para outros transtornos", defende a advogada.

Mas ela suspeita que muitos preconceitos e temores relacionados à psicopatia têm uma origem ainda mais profunda.

"De onde vem essa estranha necessidade das pessoas se preocuparem com a forma como os outros manifestam seus sentimentos?", questiona ela.

A advogada cita o exemplo hipotético de um funeral. Geralmente, é esperado que todos demonstrem tristeza, chorem ou ao menos se compadeçam dos familiares e amigos que estão num momento de sofrimento.

No entanto, pessoas com transtorno de personalidade antissocial podem não ter esses sentimentos num momento desses — e muitas vezes precisam fingir e atuar para não serem julgados e criticados.

"Me parece que a sociedade está sempre policiando os sentimentos — e todos aqueles que possuem um universo emotivo diferente, que experimentam a empatia de formas diversas, são discriminados."

Thomas cita o movimento de humanização do autismo: até pouco tempo atrás, indivíduos com esse transtorno eram excluídos e não existiam estruturas para acolhê-los na sociedade.

Felizmente, esse cenário está mudando — nos últimos anos, campanhas de conscientização e políticas públicas criaram espaços adaptados, para que pessoas com autismo fossem incluídas e pudessem participar de diversas atividades.

"Espero que isso seja ampliado para públicos com outras condições além do autismo. Como psicopata, quero que a sociedade entenda e acolha o meu transtorno", diz ela.

"Sonho com um futuro em que a psicopatia não seja apenas acolhida, mas que pessoas com diferentes diagnósticos psiquiátricos possam expressar suas reações emocionais sem serem julgadas."

Thomas pondera que "psicopatas que cometeram crimes precisam ser punidos por suas ações".

"Se eles fizeram algo errado, devem ir à prisão como qualquer um", reforça ela.

"Mas não me parece correto que pessoas com o transtorno que nunca se envolveram em qualquer problema legal sejam constantemente julgadas, perseguidas e obrigadas a mascarar seus sentimentos."

"Isso requer muita energia nossa. Seria muito melhor para os psicopatas e para a própria sociedade se pudéssemos ser nós mesmos."

"Se não tivéssemos que usar tanta força de vontade para mascarar quem somos, talvez sobrasse mais energia para fazer coisas boas pela sociedade, como nutrir relacionamentos ou propor soluções", defende.

Questionada se há uma única coisa que o público em geral poderia aprender sobre a psicopatia, Thomas responde que é preciso acabar com generalizações que transformam todo um grupo em algo negativo.

"Certamente existem muitas coisas consideradas ruins entre psicopatas. Mas talvez a primeira delas seja o fato de sermos diferentes", conclui ela.

Fonte: MSN

quarta-feira, 6 de julho de 2022

A Psicologia do Totalitarismo de Mattias Desmet

 

A psicologia do totalitarismo:

O professor Mattias Desmet, psicólogo belga com mestrado em estatística, ganhou reconhecimento mundial no final de 2021, quando apresentou o conceito de “formação de massa” como explicação para o comportamento absurdo e irracional que estávamos vendo com em relação à pandemia de COVID e suas contramedidas.

(Artigo do Dr. Joseph Mercola republicado de Articles.Mercola.com )

Ele também alertou que a formação em massa dá origem ao totalitarismo, que é o tema de seu novo livro, “A psicologia do totalitarismo ”. O trabalho de Desmet foi ainda mais popularizado pelo Dr. Robert Malone, cuja aparição no podcast de Joe Rogan foi vista por cerca de 50 milhões de pessoas.

Mas como o termo de busca “formação em massa” explodiu em popularidade, o Google respondeu manipulando os resultados do mecanismo de busca na tentativa de desacreditar Desmet e mostrar às pessoas em seus resultados de busca informações que os fariam desconsiderar a importância desse trabalho. Por quê? Porque o Google está no centro da cabala global e do movimento em direção ao totalitarismo.

Compreender a psicologia da época é crucial

Aqueles que se recusam a aprender com a história estão fadados a repeti-la, dizem eles, e isso parece particularmente pertinente nos dias atuais porque, como explica Desmet, se não entendermos como ocorre a formação de massa e a que ela leva, não podemos previna-se. Como Desmet chegou à conclusão de que estávamos no processo de formação de massa? Ele explica:

“No início da crise de Corona, em fevereiro de 2020, comecei a estudar as estatísticas sobre as taxas de mortalidade do vírus, as taxas de mortalidade por infecção, a taxa de mortalidade de casos e assim por diante, e imediatamente tive a impressão – e comigo, vários estatísticos mundialmente famosos, como John Ioannidis de Stanford, por exemplo – que as estatísticas e os modelos matemáticos usados ​​superestimaram dramaticamente o perigo do vírus.

Imediatamente, escrevi um artigo de opinião tentando chamar a atenção das pessoas para alguns dos erros. Mas, notei imediatamente que as pessoas simplesmente não queriam saber. Era como se eles não vissem nem os erros mais flagrantes no nível das estatísticas que foram usadas. As pessoas simplesmente não eram capazes de ver isso.”

Essa experiência inicial o fez decidir se concentrar nos mecanismos psicológicos em jogo na sociedade, e ele se convenceu de que o que estávamos vendo eram de fato os efeitos de um processo de formação de massa em larga escala, porque a característica mais saliente dessa tendência psicológica é que torna as pessoas radicalmente cegas para tudo o que vai contra a narrativa em que acreditam.

Eles basicamente se tornam incapazes de se distanciar de suas crenças e, portanto, não podem receber ou avaliar novos dados. Desmet continua:

“Outra característica muito específica é que esse processo de formação em massa faz com que as pessoas estejam dispostas a sacrificar radicalmente tudo o que é importante para elas – até sua saúde, sua riqueza, a saúde de seus filhos, o futuro de seus filhos.

 

Quando alguém está nas garras de um processo de formação em massa, torna-se radicalmente disposto a sacrificar todo o seu interesse individual. Uma terceira característica, para citar apenas algumas, é que, uma vez que as pessoas estão nas garras de um processo de formação em massa, elas geralmente mostram uma tendência à crueldade em relação às pessoas que não compram a narrativa ou não concordam com a narrativa. . Eles normalmente fazem isso como se fosse um dever ético.

No final, eles são tipicamente inclinados, primeiro, a estigmatizar e depois a eliminar, a destruir, as pessoas que não acompanham as massas.

E é por isso que é extremamente importante entender os mecanismos psicológicos em ação, porque se você entender os mecanismos em ação, você pode evitar que a formação de massa se torne tão profunda que as pessoas cheguem a esse ponto crítico em que elas realmente estão fanaticamente convencidas de que deve destruir todos que não vão junto com eles.

Portanto, é extremamente importante entender o mecanismo. Se você entender isso, pode ter certeza de que a multidão, a massa, primeiro se destruirá, ou se esgotará, antes de começar a destruir as pessoas que não acompanham a massa.

Então, é de importância crucial, e é isso que meu livro descreve. Descreve como uma massa, uma multidão, emerge em uma sociedade, sob quais condições ela surge, quais são os mecanismos do processo de formação de massa e o que você pode fazer a respeito. Isso é extremamente importante. Vou mencionar isso desde o início.

Normalmente, é impossível acordar as massas. Uma vez que um processo de formação de massa surge em uma sociedade, é extremamente difícil acordar as massas. Mas, [acordá-los é] importante, [porque] você pode evitar que as massas e seus líderes fiquem tão fanaticamente convencidos de sua narrativa que comecem a destruir as pessoas que não concordam com eles.”

De fato, para aqueles de nós que não caíram sob o feitiço da narrativa irracional do COVID, a crueldade com que a liderança política, a mídia e as pessoas em geral tentaram forçar o cumprimento foi chocantemente abominável. Muitos foram agredidos fisicamente, e alguns até mortos, simplesmente por não usarem uma máscara facial, o que sabíamos ser uma estratégia de prevenção inútil.

Contexto histórico para hipnose em massa

É mais fácil entender o que é formação de massa se você considerar isso como hipnose em massa, porque eles não são apenas semelhantes, são idênticos, diz Desmet. A formação em massa é um tipo de hipnose que surge quando condições específicas são atendidas. E, perturbadoramente, essas condições, e o transe hipnótico que surge, quase sempre precedem a ascensão dos sistemas totalitários.

Embora o totalitarismo e a ditadura clássica compartilhem certas características, existem diferenças distintas no nível psicológico. Segundo Desmet, uma ditadura clássica, no nível psicológico, é muito primitiva. É uma sociedade que tem medo de um pequeno grupo, um regime ditatorial, por causa de seu potencial agressivo.

O totalitarismo, por outro lado, surge de um mecanismo psicológico muito diferente. Curiosamente, o estado totalitário não existia antes do século 20. É um fenômeno relativamente novo, e é baseado na formação de massa ou hipnose em massa.

As condições para esse estado hipnótico em massa (listadas abaixo) foram encontradas pela primeira vez pouco antes do surgimento da União Soviética e da Alemanha nazista, então esse é o nosso contexto histórico. Essas condições foram novamente atendidas pouco antes da crise do COVID. O que estamos vendo agora é um tipo diferente de totalitarismo, em grande parte devido aos avanços tecnológicos que criaram ferramentas extremamente eficazes para influenciar subconscientemente o público.

Agora temos ferramentas muito sofisticadas para hipnotizar massas muito maiores de pessoas do que em tempos anteriores. Mas enquanto nosso totalitarismo atual é global e não regional, e a guerra de informação mais sofisticada do que qualquer coisa que os soviéticos ou nazistas pudessem reunir, a dinâmica psicológica básica ainda é idêntica.

Entendendo a Hipnose

Então, quais são essas dinâmicas psicológicas? “Formação em massa” é um termo clínico que no jargão leigo poderia ser traduzido simplesmente como uma espécie de hipnose em massa, que pode ocorrer uma vez que certas condições sejam cumpridas.

Quando você está sendo hipnotizado, a primeira coisa que o hipnotizador fará é separar ou retirar sua atenção da realidade ou do ambiente ao seu redor. Então, por meio de sua sugestão hipnótica – geralmente uma narrativa ou frase muito simples dita em voz alta – o hipnotizador focará toda a sua atenção em um único ponto, por exemplo, um pêndulo em movimento ou apenas sua voz.

Do ponto de vista da pessoa hipnotizada, parecerá que a realidade desapareceu. Um exemplo extremo disso é o uso da hipnose para tornar as pessoas insensíveis à dor durante a cirurgia. Nessa situação, o foco mental do paciente é tão estreito e intenso, que ele não percebe que seu corpo está sendo cortado.

Da mesma forma, não importa quantas pessoas sejam feridas pelas medidas do COVID, porque o foco está no COVID e todo o resto desapareceu, em termos psicológicos.

As pessoas podem ser mortas por não usarem uma máscara e o hipnotizado não levantará uma sobrancelha. Crianças podem morrer de fome e amigos podem cometer suicídio por desespero financeiro – nada disso terá um impacto psicológico no hipnotizado porque, para eles, a situação dos outros não é registrada. Um exemplo perfeito dessa cegueira psicológica para a realidade é como as mortes e lesões por COVID são simplesmente não reconhecidas e nem mesmo consideradas causais.

As pessoas recebem a injeção, sofrem ferimentos graves e dizem: “Graças a Deus eu levei a injeção ou teria sido muito pior”. Eles não podem conceber a possibilidade de terem sido feridos pelo tiro. Eu até vi pessoas expressarem gratidão pela foto quando alguém que eles supostamente amavam morreu horas ou dias depois de obtê-la! É apenas incompreensível. A dinâmica psicológica da hipnose explica esse comportamento irracional e incompreensível, mas ainda é bastante surreal.

“Mesmo conhecendo os mecanismos em ação, ainda fico perplexo toda vez que isso acontece”,  diz Desmet. “Quase não consigo acreditar no que vejo. Conheço uma pessoa cujo marido morreu poucos dias depois da vacina, durante o sono, de infarto.

E eu pensei: ‘Agora ela vai abrir os olhos e acordar’. De jeito nenhum. Ela apenas continuou da mesma maneira fanática – ainda mais fanática – falando sobre o quão felizes deveríamos estar porque temos essa vacina. Inacreditável, sim.”

As raízes psicológicas da formação de massa

Como mencionado, a formação em massa, ou hipnose em massa, pode ocorrer quando certas condições psicológicas estão presentes em uma parcela suficientemente grande da sociedade. As quatro condições centrais que precisam existir para que a formação de massa surja são:

  1. Solidão generalizada e falta de vínculo social, o que leva a:
  2. Experimentar a vida como sem sentido, sem propósito e sem sentido, e/ou ser confrontado com circunstâncias persistentes que não fazem sentido racional, o que leva a:
  3. Ansiedade e descontentamento generalizado (ansiedade/descontentamento sem causa aparente ou distinta), que leva a:
  4. Frustração e agressão generalizadas e flutuantes (frustração e agressão não têm causa discernível), o que resulta em sensação de descontrole

Como a formação em massa surge em uma sociedade

Uma vez que uma grande parte da sociedade se sente ansiosa e fora de controle, essa sociedade se torna altamente vulnerável à hipnose em massa. Desmet explica:

“O isolamento social, a falta de significado, a ansiedade flutuante, a frustração e a agressão são altamente aversivos porque se as pessoas se sentem ansiosas, sem saber pelo que se sentem ansiosas, normalmente se sentem fora de controle. Eles sentem que não podem se proteger de sua ansiedade.

E, se nessas condições uma narrativa é distribuída pelos meios de comunicação de massa, indicando um objeto de angústia e, ao mesmo tempo, fornecendo uma estratégia para lidar com o objeto de angústia, então toda essa angústia flutuante pode se conectar ao objeto. de ansiedade.

E, pode haver uma enorme vontade de participar de uma estratégia para lidar com o objeto da ansiedade, por mais absurda que seja a estratégia. Então, mesmo que esteja claro desde o início – para quem quiser ver – que a estratégia de lidar com o objeto de ansiedade pode fazer muito mais vítimas do que o próprio objeto de ansiedade… participar de uma estratégia para lidar com o objeto de ansiedade.

Esse é o primeiro passo de todos os principais mecanismos de formação de massa. Quer se trate das Cruzadas, ou da caça às bruxas, ou da Revolução Francesa, ou do início da União Soviética ou da Alemanha nazista, vemos o mesmo mecanismo, uma e outra vez.

Há muita ansiedade flutuante. Alguém fornece uma narrativa que indica um objeto de angústia e uma estratégia para lidar com ele. E então toda a ansiedade se conecta ao objeto [proposto] da ansiedade.

As pessoas participam de uma estratégia para lidar com o objeto da ansiedade que produz uma primeira vantagem psicológica importante e, a partir daí, as pessoas têm a impressão de que podem controlar sua ansiedade. Está conectado a um objeto e eles têm uma estratégia para lidar com isso.”

A problemática ligação social da formação de massa

Uma vez que pessoas que antes se sentiam solitárias, ansiosas e descontroladas passam a participar da estratégia que lhes é apresentada como solução para sua ansiedade, surge um novo vínculo social. Isso, então, reforça a hipnose em massa, pois agora eles não se sentem mais isolados e solitários.

Esse reforço é uma espécie de intoxicação mental e é a verdadeira razão pela qual as pessoas compram a narrativa, por mais absurda que seja. “Eles continuarão a acreditar na narrativa, porque ela cria esse novo vínculo social”, diz Desmet.

Embora o vínculo social seja uma coisa boa, neste caso torna-se extremamente destrutivo, porque a frustração e a agressão flutuantes ainda estão lá e precisam de uma válvula de escape. Essas emoções precisam ser direcionadas a alguém. O que é pior, sob o feitiço da formação de massa, as pessoas perdem suas inibições e senso de proporção.

Então, como vimos durante a pandemia do COVID, as pessoas atacarão e atacarão das maneiras mais irracionais contra qualquer um que não compre a narrativa. A agressão subjacente será sempre dirigida à parte da população que não está hipnotizada.

Falando em termos generalizados, normalmente, uma vez que a formação em massa está ocorrendo, cerca de 30% da população será hipnotizada – e isso normalmente inclui os líderes que pronunciam a narrativa hipnotizante ao público – 10% permanecem não hipnotizados e não compram a narrativa , e a maioria, 60%, sente que há algo errado com a narrativa, mas concorda simplesmente porque não quer se destacar ou causar problemas.

Outro problema com o vínculo social que emerge é que o vínculo não é entre indivíduos, mas sim um vínculo entre o individual e o coletivo. Isso dá origem a um sentimento de solidariedade fanática com o coletivo, mas não há solidariedade em relação a um determinado indivíduo. Assim, os indivíduos são sacrificados sem remorsos pelo “bem maior” do coletivo sem rosto.

“Isso explica, por exemplo, por que durante a crise de Corona, todo mundo estava falando sobre solidariedade, mas as pessoas aceitavam que, se alguém sofresse um acidente na rua, você não poderia mais ajudar essa pessoa a menos que tivesse uma máscara cirúrgica e luvas. à sua disposição.

Isso também explica por que, enquanto todos falavam sobre solidariedade, as pessoas aceitavam que, se seu pai ou sua mãe estivessem morrendo, não podiam visitá-los”,  diz Desmet.

No final, você acaba com uma atmosfera radical e paranóica em que as pessoas não confiam mais umas nas outras e em que as pessoas estão dispostas a denunciar seus entes queridos ao governo.

“Então, esse é o problema com a formação de massa”,  diz Desmet. “É a solidariedade do indivíduo com o coletivo, e nunca com outros indivíduos. Isso explica o que aconteceu durante a revolução no Irã, por exemplo. Conversei com uma mulher que viveu no Irã durante a revolução, que na verdade foi o início de um regime totalitário no Irã.

Ela testemunhou, com seus próprios olhos, como uma mãe denunciou seu filho ao governo e como ela pendurou a corda em seu pescoço pouco antes de ele morrer, e como ela alegou ser uma heroína por isso. Esses são os efeitos dramáticos da formação de massa.”

Sem inimigo externo, o que acontece?

Estamos agora diante de uma situação mais complicada do que em qualquer outro momento, porque o totalitarismo que agora está surgindo não tem inimigos externos, com exceção dos cidadãos que não estão hipnotizados e não compram as falsas narrativas. A Alemanha nazista, por exemplo, foi destruída por inimigos externos que se levantaram contra ela.

Por outro lado, há vantagem nisso, porque os estados totalitários sempre precisam de um inimigo. Isso é algo que foi muito bem descrito por George Orwell em seu livro “1984”. Para que o processo de formação de massa continue a existir, deve haver um inimigo externo sobre o qual o Estado possa concentrar a agressão das massas hipnotizadas.

A resistência não-violenta e a franqueza são cruciais

Isso nos leva a um ponto-chave, que é a necessidade de resistência não-violenta e falar contra a narrativa. A resistência violenta automaticamente faz de você um alvo de agressão, então “a resistência de dentro de um sistema totalitário sempre tem que se ater aos princípios da resistência não-violenta”, diz Desmet. Mas você também deve continuar a falar de forma clara, racional e não abusiva. Desmet explica:

“O primeiro e mais importante princípio que a resistência deve seguir durante um processo de formação de massas e totalitarismo emergente é que as pessoas que não concordam com as massas devem continuar a se manifestar. Essa é a coisa mais crucial.

Como o totalitarismo se baseia na formação em massa, e a formação em massa é uma espécie de hipnose, a formação em massa é sempre provocada pela voz do líder, que mantém a população em processo de hipnose. E quando vozes dissonantes continuarem a falar, elas não serão capazes de acordar as massas, mas irão constantemente perturbar o processo de formação das massas.

Eles irão interferir constantemente com a hipnose. Se houver pessoas que continuam a falar, a formação de massa geralmente não se tornará tão profunda que haja uma vontade na população de destruir as pessoas que não concordam com as massas. Isso é crucial.

Historicamente falando, se você olhar o que aconteceu na União Soviética e na Alemanha nazista, fica claro que foi exatamente no momento em que a oposição parou de falar em público que o sistema totalitário começou a se tornar cruel.

Em 1930, na União Soviética, a oposição parou de se manifestar e, dentro de seis a oito meses, Stalin iniciou seus grandes expurgos, que fizeram dezenas de milhões de vítimas. E então, em 1935, exatamente o mesmo aconteceu na Alemanha nazista.

A oposição foi silenciada ou parou para falar. Eles preferiram ir para o subsolo. Eles estavam pensando que estavam lidando com uma ditadura clássica, mas não estavam. Eles estavam lidando com algo completamente diferente. Eles estavam lidando com um estado totalitário.

E ao decidir ir para a clandestinidade, foi uma decisão fatal para eles. Assim, também na Alemanha nazista, no período de um ano após a oposição parar de falar em público, a crueldade começou e o sistema começou a destruir primeiro seus oponentes. Isso é sempre o mesmo.

No primeiro estágio, os sistemas totalitários ou as massas começam a atacar aqueles que não estão de acordo com eles. Mas, depois de um tempo, eles simplesmente começam a atacar e a destruir todos, grupo após grupo.

E, na União Soviética, onde o processo de formação de massa foi muito longe, muito mais longe do que na Alemanha nazista, Stalin começou a eliminar a aristocracia, os pequenos fazendeiros, os grandes fazendeiros, os ourives, os judeus, todas as pessoas que, segundo ele nunca se tornaria bons comunistas.

Mas depois de um tempo, ele começou a eliminar grupo após grupo sem qualquer lógica. Apenas todos. Então, é por isso que Hannah Arendt disse que um estado totalitário é sempre um monstro que devora seus próprios filhos. E esse processo destrutivo começa quando as pessoas param para falar.

Essa é provavelmente a razão pela qual, no início do século 20, havia vários países onde havia formação de massa, mas onde nunca houve um estado totalitário de pleno direito.

Provavelmente, havia pessoas suficientes que não se calaram, que continuaram a falar. Isso é algo que é tão crucial para entender. Quando a formação em massa surge, as pessoas normalmente sentem que não faz sentido falar porque as pessoas não acordam. As pessoas não parecem sensíveis aos seus contra-argumentos racionais.

Mas, nunca devemos esquecer que falar tem um efeito imediato. Talvez não que desperte as massas, mas que perturbe o processo de formação de massa e a hipnose. E dessa forma, evita que as massas se tornem altamente destrutivas em relação às pessoas que não as acompanham.

Outra coisa também acontece. As massas começam a se esgotar. Eles começam a se destruir antes de começarem a destruir as pessoas que não vão junto com eles. Então, essa é a estratégia a ser usada para resistência interna aos regimes totalitários.”

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Empurre para trás contra o transumanismo e a tecnocracia

Como mencionado anteriormente, os líderes que declaram as narrativas também estão sempre hipnotizados. Eles são fanáticos nesse sentido. No entanto, embora os líderes mundiais de hoje sejam fanáticos por transumanismo e tecnocracia, eles podem não necessariamente acreditar no que estão dizendo sobre o COVID.

Muitos sabem que estão mentindo, mas justificam essas mentiras como necessárias para dar fruição às ideologias do transumanismo e da tecnocracia. A ridícula agenda do COVID é um meio para um fim. Esta é outra razão pela qual devemos continuar a recuar e falar, porque uma vez que os contra-argumentos desaparecerem, esses líderes se tornarão ainda mais fanáticos em sua busca ideológica.

“No final, o desafio final não é tanto mostrar às pessoas que o coronavírus não era tão perigoso quanto esperávamos, ou que a narrativa do COVID está errada, mas sim que essa ideologia é problemática – essa ideologia transumanista e tecnocrática é um desastre para a humanidade; esse pensamento mecanicista, essa crença de que o universo e o homem são uma espécie de sistema material mecanicista, que deve ser dirigido e manipulado de maneira mecanicista tecnocrática transumanista.

Esse é o desafio final: mostrar às pessoas que, no final, uma visão transumanista sobre o homem e o mundo acarretará uma desumanização radical de nossa sociedade. Então, acho que esse é o verdadeiro desafio que estamos enfrentando. Mostrando às pessoas: ‘Olha, esqueça por um momento a narrativa de Corona.

O que estamos caminhando para se continuarmos da mesma maneira, é uma sociedade transumanista radicalmente controlada tecnologicamente, que não deixará nenhum espaço para a vida de um ser humano”.

Vai Piorar Antes de Melhorar

Como eu, Desmet está convencido de que estamos caminhando rapidamente para o totalitarismo global e que as coisas vão piorar muito antes de melhorar. Por quê? Porque estamos apenas nos estágios iniciais do processo de totalitarismo. No horizonte, a identidade digital ainda é grande, e com isso vem uma grade de controle insondavelmente poderosa capaz de quebrar praticamente qualquer um.

O vislumbre de esperança é este: todos que estudaram a formação de massa e o totalitarismo concluíram que ambos são intrinsecamente autodestrutivos. Eles não podem sobreviver. E, quanto mais meios tiver à disposição para controlar a população, mais cedo poderá se destruir, porque o totalitarismo destrói o âmago do ser humano.

Em última análise, “totalitarismo” refere-se à ambição do sistema. Quer eliminar a capacidade de escolha individual e, ao fazê-lo, destrói o cerne do que é ser humano, “porque a energia psicológica em um ser humano emerge a cada momento em que um ser humano pode fazer uma escolha que é realmente sua. escolha própria”, diz Desmet. Quanto mais rápido um sistema destrói o indivíduo, mais cedo o sistema entra em colapso.

Mais uma vez, a única arma contra a destruição brutal da humanidade é recuar, falar, resistir não-violentamente. Pode não parar o totalitarismo em seu caminho, mas pode manter as atrocidades mais hediondas à distância. Também proporcionará um pequeno espaço onde os resistentes possam tentar sobreviver juntos e prosperar em meio à paisagem totalitária.

“Então, se quisermos ter sucesso, teremos que pensar em estruturas paralelas que possam nos permitir ser um pouco autossuficientes. Podemos tentar ter certeza de que não precisamos mais do sistema. Mas, mesmo essas estruturas paralelas seriam destruídas em um momento se as pessoas não continuarem a falar. Então, esse é o crucial.

Procuro chamar a atenção de todos. Podemos construir estruturas paralelas o quanto quisermos, mas se o sistema se tornar muito destrutivo e decidir usar todo o seu potencial agressivo, as estruturas paralelas serão destruídas. Mas, o sistema nunca alcançará esse nível de profundidade da hipnose se houver vozes dissonantes que continuem a falar. Então, estou muito dedicado a continuar a falar.”

Embora seja impossível fazer previsões precisas, o pressentimento de Desmet é que provavelmente levará pelo menos sete ou oito anos antes que o sistema totalitário emergente atualmente se esgote e se autodestrua. Pode ser mais, pode ser menos. A sociedade é um sistema dinâmico complexo, e mesmo sistemas dinâmicos complexos simples não podem ser previstos nem com um segundo de antecedência. Isso é conhecido como a imprevisibilidade determinística de ecossistemas dinâmicos complexos.

Mais Informações

Independentemente de quanto tempo leve, a chave será sobreviver a tudo e fazer o que pudermos para minimizar a carnificina. Um desafio chave em nível individual será manter os princípios elementares da humanidade. Na entrevista, Desmet discute o livro de Aleksandr Solzhenitsyn, “O Arquipélago Gulag”, que destaca a importância de manter sua humanidade em meio a uma situação desumana.

“Isso, talvez, seja a única coisa que pode nos garantir um bom resultado de todo o processo – que é um processo necessário, eu acho. Esta crise não é sem sentido. Não é sem sentido. É um processo em que a sociedade pode gerar algo novo, algo muito melhor do que existe até agora”  , diz.

Para saber mais sobre este tópico verdadeiramente crucial, certifique-se de pegar uma cópia do livro de Desmet, “The Psychology of Totalitarianism”.

Fonte: https://www.naturalnews.com/2022-07-01-the-psychology-of-totalitarianism.html